Verde, muito verde. Nas matas, nas montanhas, nas águas do mar. Praias e mais praias, ilhas, baías, manguezais e muito verde. Hoje vamos explorar a região de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro. Um lugar pra lá de especial. Extraordinariamente belo e verde.
Angra significa baía ou enseada. Os primeiros europeus passaram por aqui em 6 de janeiro de 1502, dia de reis. Daí o nome escolhido para o local, a baía dos Reis Magos, Angra dos Reis.

O município tem hoje 170 mil habitantes. A vida para alguns moradores de Angra não é exatamente um paraíso. O crescimento desordenado resultou no décimo município com a maior proporção de habitação em favelas do país (32% das residências da cidade estão em favelas).
Muito do desenvolvimento econômico depende da revitalização dos portos. Mas claro, o turismo, quando bem estruturado, também pode ser uma importante fonte de receitas. Material para ser trabalhado por aqui não falta.

A Baía de Angra tem 365 ilhas, algumas minúsculas, outras imponentes. Várias delas têm uso privado e abrigam casas luxuosíssimas. Grandes empresários que, em sua maioria, vêm do Rio de Janeiro e de São Paulo usando helicópteros.
Felizmente também há muitos espaços públicos nas ilhas de Angra. A Gipóia é a segunda maior da baía e uma das mais procuradas pelos turistas. Uma delícia de águas calmas e cristalinas.

Logo ali perto estão as ilhas Botinas. A areia branca ajuda na transparência das águas que aqui chegam a 10 metros de profundidade. Um lugar perfeito para mergulhar com snorkel.

Em volta de Angra foram construídos grandes resorts e condomínios para casas de veraneio. É o caso de Bracuhy, que abriga mais de 700 embarcações na maior marina do Brasil.
Outra área para muitas casas de veraneio é o Frade. Aqui, entre o mar e uma reserva florestal com cachoeiras, belas montanhas e trilhas, também estão resorts, campos de golfe e mansões.

Há pouco mais de 10 quilômetros das belezas do Frade, encontram-se as únicas usinas nucleares brasileiras. Angra 1 entrou em operação em 1986 com potência para gerar 640 megawatts.
Em 2001, foi a vez de Angra 2, que tem o dobro da capacidade. Juntas, elas são responsáveis por um terço da energia do estado do Rio de Janeiro e 3% do total nacional.

E agora, que tal um pouco de história? É a chamada Vila Velha. No século XVI, entre piratas e batalhas, essa região teria sido habitada pelo chefe Cunhambebe, reconhecido em relatos históricos como um dos maiores líderes indígenas do Brasil.

Logo ao lado da Vila Velha está uma das instituições mais seletivas do Brasil, o Colégio Naval, que inicia a formação dos oficiais da Marinha. Desde 1951, o colégio funciona aqui em Angra com a rígida disciplina militar. Os concursos de acesso são realizados todos os anos.

Chegamos agora a um pedaço do paraíso. A Ilha Grande é a maior da região, com 193 quilômetros quadrados de morros e praias. O centro urbano fica na vila do Abraão, mas são apenas 3 mil moradores. A prioridade é a preservação. Por isso, nem o trânsito de carros é autorizado.

De barco ou por caminhadas em trilhas, é possível conhecer lugares inesquecíveis. É o caso da Praia de Lopes Mendes, já apontada por revistas europeias como uma das mais belas do planeta.
São quase três quilômetros de areias e águas limpíssimas. Outros destaques ficam com a Praia dos Meros e a Praia dos Aventureiros.

Agora estamos em Dois Rios, onde o mar e as areias amareladas recebem um abraço de duas linhas de água doce. Um lugar que, no entanto, já foi um inferno para os presos da colônia penal.
Desde 1854, milhares de condenados eram transferidos para cá. Durante a ditadura Vargas, também presos políticos, intelectuais, escritores e sindicalistas foram vítimas de brutalidades por aqui. Em 1994, finalmente, o presídio acabou implodido.

Encontramos agora o Farol dos Castelhanos, construído em 1900, e que até hoje, ajuda os navegantes. Por fim conhecemos a freguesia de Santana, que já foi o centro urbano da ilha, e até hoje guarda casas coloniais e uma igreja de 1796.

Mas o melhor daqui, sem dúvida, é a Lagoa Azul, com suas águas transparentes e milhões de peixes coloridos. O lugar era chamado de Praia Azul, mas a semelhança com o filme de Hollywood, A Lagoa Azul, acabou rebatizando essas águas absurdamente lindas.

Aproveite a Costa Verde do Rio de Janeiro, uma região de beleza natural exuberante, com ilhas paradisíacas, praias e montanhas, que combinam riqueza histórica com ecoturismo.