Os 700 quilômetros de litoral do estado de São Paulo podem ser divididos basicamente em duas grandes regiões. Do Rio de Janeiro até a Baía de Santos fica o chamado Litoral Norte. Dali, até a divisa com o Paraná, está o Litoral Sul, região que vamos explorar hoje.
Santos é uma das cidades mais importantes do Brasil. Aqui está o maior porto da América Latina e um dos 40 maiores do mundo. A área de influência econômica desse porto atinge mais de 50% do PIB brasileiro. Um quarto da balança comercial do país passa por aqui.

Um mundo de armazéns, containers, escritórios e, é claro, navios em processo de carga, descarga ou espera. Uma história que começa em fevereiro de 1892, com um cais de apenas 260 metros e hoje chega a quase 8 milhões de metros quadrados.
Através do porto, o município de Santos foi se desenvolvendo, até chegar aos 430 mil habitantes da atualidade. Mesmo sem a exuberância de outras cidades do litoral, Santos consegue manter uma boa estrutura urbana e padrão de vida acima da média nacional.

A diversão quase sempre está ligada ao mar. Nas praias da cidade, nos jardins da orla que já entraram no livro dos recordes como os mais extensos do mundo diante do mar. E no Iate Clube, de onde saem os barcos para as muitas praias e ilhas da região.

Mas há outro clube mais famoso de Santos, a casa de Edson Arantes do Nascimento, o rei do futebol. Foi na Vila Belmiro, estádio do Santos Futebol Clube, que Pelé saiu para virar o atleta do século. Por isso, em qualquer lugar do mundo, quando você falar em Santos, alguém dirá Pelé.

A mesma ilha onde fica Santos tem outro município bastante populoso. É São Vicente, com seus 320 mil moradores. Esta foi a primeira vila fundada pelos portugueses na América em 1532. O local teve papel fundamental na primeira fase da colonização no Brasil.

Guarujá é um dos destinos preferidos pelos paulistanos para os fins de semana de sol. São apenas 90 quilômetros de boa rodovia separando essas praias da capital do estado. Por isso, tantos edifícios, tantos hotéis e pousadas, tantas casas de veraneio.

Infelizmente, nos anos 70 e 80, o Guarujá sofreu com a especulação imobiliária e a falta de regras de ocupação. Foram necessários pesados investimentos em infraestrutura e novas leis para sobreviver e manter satisfeitas todas essas pessoas.
A Praia de Pitangueiras é a mais frequentada e fica na zona central da cidade, mas também há áreas mais vazias para quem não está tão afim de tanto agito. Aliás, para quem prefere a tranquilidade, o caminho é o sul.

Quanto mais nos aproximarmos da divisa com o Paraná, mais as praias vão se esvaziando até chegarmos a lugares totalmente intocados, paraísos de natureza exuberante.
Itanhaém foi fundada em 1532 por Martim Afonso de Souza, depois foi sede de uma capitania hereditária, ou seja, o centro de decisões de uma imensa região do Brasil. Por isso até hoje a cidade tem muitos prédios históricos com boa preservação.

Aqui, por muitos anos, viveu o padre José de Anchieta. Ele escreveu a primeira gramática em tupi e foi das igrejas de Itanhaém que comandou alguns dos passos mais importantes para a implantação do cristianismo no Brasil.
Curioso é que bem ao lado de cidades tão antigas, vamos encontrando lugares que simplesmente parecem nunca terem sido pisados pelo homem. De um lado a Mata Atlântica em seu estado mais espetacular, do outro o mar limpíssimo.

Debaixo de nós, às vezes áreas claras, às vezes grandes áreas de manguezal. Logo passamos pela Ilha Comprida, que tem apenas 9 mil habitantes e cenários de sonhos.
O município todo fica em área de proteção ambiental. Na floresta estão protegidos peixes, jacarandás, quaresmeiras e araucárias. Uma sinfonia ecológica diante dos nossos olhos.

E seguimos pelo litoral até a divisa com o Paraná. cada vez mais admirados com a exuberância da região e com a preservação de tudo isso à nossa volta. E que assim seja por muito tempo.