Surpreenda-se com as belezas do litoral norte paulista



Em São Paulo, quase que automaticamente pensamos em edifícios modernos, avenidas e muito agito. A força da capital é tanta que muita gente quase se esquece de que São Paulo também tem um litoral lindíssimo.

São Paulo tem 700 quilômetros de litoral. As praias ocupam 60% dessa extensão. São 16 municípios junto ao mar. Cidadezinhas pacatas, portos ou balneários com grande estrutura para o turismo. Ilhas, restingas, ondas conectadas a florestas, manguezais, lagoas, rios e costões.



Poderíamos dividir tudo isso em duas grandes regiões, o litoral sul, de Santos até a divisa com o Paraná, e o litoral norte, da divisa do Rio de Janeiro até Santos.

Ubatuba tem 80 mil habitantes e mais de 90 praias, quase todas coladas nas matas do Parque Estadual da Serra do Mar. A vila que deu origem à cidade foi fundada em 1637, mas desde os primeiros relatos do Brasil já havia grande atividade aqui.



Estas eram as terras dos índios Tupinambás, citados na famosa publicação de Hans Staden em 1557. Tempos de batalhas, pirataria, antropofagia, nada que lembre a paz desses cenários.

Mar verde e limpo, areias desertas ou com muito pouca gente. Algumas praias, inclusive, até hoje só podem ser alcançadas de barco. O jornal inglês The Guardian rankeou essa região como uma das 10 melhores do litoral brasileiro para o turismo.



Entre as muitas ilhas da região, uma que nos chama a atenção é a de Anchieta, onde funcionava um presídio de segurança máxima. Os condenados mais perigosos do estado de São Paulo eram mandados para cá e isolados do mundo.

Em 1952, uma rebelião terminou em tragédia e barbárie, com várias mortes e casos de violência entre condenados e as famílias dos carcereiros. Foi o fim do presídio.



Em 1502, o navegador que dá nome ao nosso continente, Américo Vespúcio, passou por este local. Era o dia 20 de janeiro, data dedicada a São Sebastião, e assim foi batizado esse trecho do litoral.



A Serra de Boiçucanga marcava a divisa entre os territórios dos Tupinambás e os Tupiniquins. Hoje o município de São Sebastião tem 73 mil habitantes e vive principalmente do turismo. São 36 praias em mais de 100 quilômetros de litoral.



Entre pequenas vilas e cidades, e mesmo nas áreas menos povoadas, uma das marcas dessa região é o permanente movimento nessa artéria que corre com automóveis, caminhões e ônibus. A rodovia Rio Santos corta todo o litoral norte de São Paulo.

A Estrada Federal está longe dos melhores padrões de segurança. São muitíssimas curvas e em quase todo o percurso há apenas uma pista para o trânsito em cada sentido. Em compensação, dificilmente você vai encontrar uma rodovia com paisagens tão lindas.



Voltando ao porto de São Sebastião, o movimento de barcos comerciais e esportivos é intenso, mas nos interessa em especial o caminho tomado por essa balsa. Ela faz a rota entre o continente e a Ilha Bela. São mais ou menos 20 minutos até a chegada em um mundo de descobertas.



As casas de veraneio já aparecem em grande número. A estrutura facilita a vida do visitante, mas tira um pouco do encanto da vila de pescadores. Ainda assim, há muitíssimos locais de natureza exuberante.



A face da ilha voltada para o oceano é praticamente intocada, até porque o relevo dificulta a circulação por terra. Na Ilha Bela estão alguns dos pontos mais altos do litoral paulista, com picos de até 1.379 metros. Um convite também para as caminhadas e trilhas ecológicas.



Voltando ao continente, chegamos ao paraíso dos surfistas nessa região. Maresias é um lugar de areias claras, água limpa e algum agito. Desde os anos 70 e 80, com a massificação do surf, muita gente passou a enfrentar a estradinha, que na época era precária, até chegar aqui.



Privilégio pra quem surfa, pra quem veleja, pra quem caminha, pra quem nada ou não faz nada. Prazer, sol, onda, tempo pra pensar, tempo pra viver. E tudo isso logo ali, tão perto de nós.