Chegar ao Paraná pelo litoral norte, partindo de São Paulo, é encontrar a natureza em seu estado mais puro. Este é o Parque Nacional de Superagüi, com seus 34 mil hectares de vida e exuberância.
O parque foi criado em 1989, e dois anos depois, foi declarado Reserva da Biosfera, título dado pela Unesco. Mais tarde, recebeu o título de Patrimônio Natural da Humanidade. Praias, baías, florestas e manguezais. Aqui só se chega em barcos particulares. Não há linhas regulares dentro do parque.
Conforme vamos nos aproximando da Baía de Paranaguá, começamos a avistar uma das maiores atrações turísticas do estado. A Ilha do Mel tem 25 quilômetros de praias e inúmeras descobertas. Mesmo com tanta fama e um movimento próximo de cargueiros, o paraíso segue super conservado.
Carros e caminhões não são permitidos. A chegada de turistas é controlada e apenas 5 mil pessoas podem estar na ilha ao mesmo tempo. Não há iluminação pública ou asfalto. Na verdade, alguns pontos da ilha nem sequer podem ser visitados. Tudo para manter este lugar sempre assim.
A Ilha do Mel tem cinco pequenos povoamentos. O maior deles é chamado de Brasília e fica neste local para lá de especial. Um canal, formado naturalmente e facilmente reconhecível pela cor, permite a chegada segura de pequenas embarcações. Apenas 200 hectares têm permissão de uso.
A maior e mais bela construção é a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, erguida em 1769 por Marquês de Pombal. A ideia era combater os piratas que passavam aos montes por esses mares.
Outra construção histórica e bem bonita é o Farol das Conchas, construído em 1872 por ordem de Dom Pedro II. O material veio da Grã-Bretanha e as luzes garantem a segurança dos viajantes. Uma das explicações para o nome de Ilha do Mel vem da cor de suas águas doces, quase douradas.
Seguindo nossa viagem pela Baía de Paranaguá, notamos um movimento cada vez mais intenso de navios, especialmente os cargueiros. E a paisagem muda completamente. O progresso econômico, a agitação e, como na maioria das cidades importantes do Brasil, alguma desordem urbanística.
Mas a cidade também tem bons motivos para se orgulhar. Aqui está o maior porto exportador de produtos agrícolas do país, com destaque para a soja. Também há muito comércio de produtos industriais, o que coloca o Paranaguá como o terceiro maior movimento de containers do Brasil.
São sete terminais interligados com silos verticais e horizontais, somando uma capacidade estática de 825 mil toneladas. Produtos que chegam e partem de municípios do Paraná e de outros estados.
O município tem 23 quilômetros de praias, com boa formação de ondas, que atraem os surfistas. Todas com água absolutamente limpa e as melhores condições para os banhos de mar. Não há atividade industrial. A cidade vive do turismo e de cuidar bem desse espetáculo da natureza.
Outro pico bastante respeitado pelos amantes das ondas é a vizinha Matinhos, um município bem mais populoso e agitado com todas as características de um local de veraneio. A cidade está a pouco mais de 100 quilômetros de Curitiba e muita gente vem da capital para cá nos dias de folga.
Centenas de famílias têm aqui as suas casas de fim de semana, especialmente na região de Caiobá. A paisagem é marcada por grandes prédios, mas o cartão postal, sem dúvidas, é o Morro do Boi, com 160 metros de altura. Ele divide a praia mansa da praia brava. É só escolher a sua preferência.
Estamos agora em Guaratuba, que possui 32 mil habitantes e um permanente fluxo de turistas que vêm de Curitiba ou do estado vizinho, Santa Catarina. Até a divisa é bem pertinho, basta alguns minutos de distância e chegamos finalmente às lindíssimas águas que dividem os dois estados.
Um lugar de mar agitado e natureza selvagem, mas que apesar de sua aspereza, é espetacular. Não é nenhum exagero dizer que o estado do Paraná tem um litoral comparável aos mais lindos do país.
