Paraty é um verdadeiro paraíso entre o mar e a serra



Estamos em Paraty, na divisa dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Um ótimo exemplo de que a industrialização e a corrida para o progresso econômico nem sempre são os caminhos ideais.

Paraty ficou estancada no tempo e este acabou sendo o seu grande charme, a sua real beleza. Um motivo para que milhares de turistas do Brasil e do exterior venham permanentemente para cá.



As águas mansas da Costa Verde Fluminense eram o local de saída do ouro encontrado em Minas Gerais e trazidas para cá. A primeira solução foi usar uma trilha que ligava serra e mar. Em razão dos muitos ataques de piratas, foi criada uma nova estrada ligando Minas à capital do Rio de Janeiro.



Paraty, que nadava em dinheiro e oportunidades, de repente teve o seu curso mudado, entrou em decadência, parada no tempo. E segue assim, em uma paz contagiante, fluindo através de seus casarões, igrejas e ruas de pedras. O melhor é que a beleza não está apenas no centro histórico.



Paraty é, por vocação natural, um porto perfeito, uma tentação para os esportes náuticos, e abriga a maior frota de veleiros do Brasil e a maior extensão de vagas em píers flutuantes do Cone Sul.

Entre tantos barcos, o Paraty II se destaca por ter levado o famoso navegador Amyr Klink, morador da região, aos desafios da circum-navegação. Ele é mais um dos que chegaram a Paraty e nunca mais quiseram partir. E como perder o privilégio de conviver com a natureza em locais como esse?



O Saco do Mamanguá é uma entrada de mar com oito quilômetros de extensão e mais de dois quilômetros de largura. Soma 33 praias, quase tudo em áreas de preservação ambiental, embora sejam respeitadas as diversas comunidades caiçaras que já estão há muito tempo nessa região.



Paraty também se abre para algum crescimento. É o caso do Condomínio Laranjeiras, que reúne casas luxuosas. Entre lagos, campos de golfe, marinas e praias super exclusivas de areias brancas.



Outro local cada vez mais conhecido pela beleza, mas que batalha por sua preservação, é Trindade. A antiga vila de pescadores está a 30 quilômetros do Trevo de Paraty, dentro da Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, e ganhou opções de hospedagem e gastronomia, mas sem perder o encanto.



Abaixo temos a Praia do Sono. Que nome poderia ser mais perfeito para esse lugar? Um verdadeiro convite ao descanso e a mais pura tranquilidade, em mais de um quilômetro de sua extensão.



Outro desses refúgios fica bem pertinho, em Paraty-Mirim. A enseada de águas calmas encontra a mata e os manguezais, formando quadros vivos. O local também possui uma comunidade indígena e a igreja mais antiga da região, erguida em 1746, em homenagem à Nossa Senhora da Conceição.



Mas ainda há muito, muito para ver por aqui. Na verdade é até difícil escolher o que registrar. Não é exagero dizer que simplesmente tudo que sobrevoamos em um dia de sol é extraordinariamente belo. São mais de 50 praias, muitas ilhas, incontáveis enseadas e quilômetros de mata atlântica.



De repente, encontramos casas que ficam em baías só acessíveis por barco. Ilhas que nos lembram as criações mais fantásticas dos mais modernos estúdios de computação. Paisagens que parecem com aquilo que os primeiros navegadores portugueses encontraram por aqui há mais de 500 anos.



Há muito tempo a humanidade descobriu que chegar ao paraíso nunca foi tarefa fácil. Chegar até Paraty vale qualquer esforço, um lugar que a história e o destino isolaram do resto do mundo.